Banco Master, FGC e o Maior Resgate da História: o que o investidor precisa saber agora
A liquidação do Banco Master surpreendeu mais de um milhão de investidores que tinham CDBs da instituição. Entenda o que aconteceu, como funciona a cobertura do FGC e quais são os passos até o pagamento dos valores garantidos.
CONCEITOS E CONTEÚDOS
11/24/20256 min read


FGC e Banco Master: Entenda como será o pagamento dos CDBs após a liquidação
A liquidação extrajudicial do Banco Master, anunciada recentemente pelo Banco Central, sacudiu o mercado financeiro e colocou em alerta milhares de investidores de renda fixa, especialmente aqueles que concentravam parte do patrimônio em CDBs de alto rendimento oferecidos pelo banco.
Se por um lado o susto foi enorme, por outro o episódio trouxe à tona a importância do FGC (Fundo Garantidor de Créditos) — a principal rede de proteção para quem investe em produtos bancários cobertos pela garantia.
Neste artigo, você vai entender de forma clara:
O que levou o Banco Master à liquidação.
Por que seus CDBs entraram em garantia.
Como funciona o processo do FGC do início ao fim.
Quais ações o investidor deve tomar imediatamente.
O que aconteceu com o Banco Master?
O Banco Master vinha crescendo nos últimos anos com uma estratégia agressiva de captação: oferecia CDBs com taxas bem acima do mercado, o que naturalmente atraía muitos investidores em busca de rentabilidade superior.
No entanto, internamente, o banco já enfrentava um rombo financeiro significativo. Quando os problemas de liquidez se agravaram e não foi possível apresentar um plano viável de continuidade, o Banco Central decretou a liquidação extrajudicial — o equivalente a fechar as portas e transferir toda a gestão para um liquidante externo.
Com isso:
Contas foram congeladas.
Títulos emitidos pelo banco (como CDBs e LCs) pararam imediatamente de render.
Todos os credores foram listados para envio ao FGC.
Esse foi um dos maiores eventos de quebra bancária da última década no Brasil.
Por que o FGC entrou em ação?
O Fundo Garantidor de Créditos (FGC) é uma entidade privada criada para proteger investidores em situações de intervenção ou liquidação de instituições financeiras. Ele atua como uma espécie de seguro automático, garantindo a devolução de valores aplicados em produtos como CDBs, LCIs, LCAs, poupança e depósitos à vista. Essa proteção vale para qualquer investidor, sem necessidade de cadastro prévio, e cobre até R$ 250 mil por CPF por instituição, somando principal e juros até a data da quebra, respeitando também um limite global de R$ 1 milhão a cada quatro anos.
Sua função é essencial para manter a confiança no sistema bancário. Quando um banco enfrenta dificuldades sérias, como ocorreu recentemente com o Banco Master, o FGC entra em ação para evitar que o investidor fique à mercê da massa falida — um processo que normalmente leva anos e raramente paga integralmente os credores. Com essa garantia, crises individuais deixam de se transformar em pânico generalizado, preservando a estabilidade do sistema financeiro como um todo.
Além de pagar investidores após a quebra de uma instituição, o FGC também pode atuar de forma preventiva, ajudando bancos em crise antes que entrem em colapso definitivo. Mas quando a liquidação é decretada, como no caso do Master, ele segue um procedimento claro: recebe a lista de credores, valida os valores, abre o sistema de solicitação e realiza os pagamentos diretamente na conta indicada pelo investidor. Assim, o FGC cumpre seu papel mais importante — transformar um momento de incerteza em segurança e previsibilidade para quem investe.
No caso do Banco Master, estima-se que cerca de 1,6 milhão de investidores serão ressarcidos — tornando este o maior pagamento da história do FGC.
O limite continua o mesmo, até R$ 250 mil por CPF, por instituição, somando principal + rendimentos até a data da liquidação. Valores acima disso entram na massa falida — e não há garantia de que serão pagos.
Passo a passo: o que acontece até o FGC pagar?
Para que o investidor receba o valor garantido, existe um processo formal que segue etapas obrigatórias. A seguir, explico cada etapa com clareza — incluindo o que já foi feito e o que você deve esperar.
1. Nomeação do liquidante e levantamento dos credores
Logo após a liquidação, o Banco Central nomeia um liquidante, que passa a ter controle total da instituição. É função dele:
Levantar todas as dívidas do banco.
Identificar cada investidor e o valor devido.
Organizar a lista de credores, que inclui todos os aplicadores de CDBs, contas e outros produtos.
Essa lista é enviada ao FGC. Sem isso, o processo não anda.
2. Validação dos dados pelo FGC
O FGC recebe a base de credores e inicia uma etapa técnica:
Cruzamento de dados.
Verificação de saldos individuais.
Confirmação dos valores considerando os rendimentos até a data da liquidação.
Somente quando essa etapa termina o sistema é liberado para solicitações de pagamento.
3. Liberação para solicitação no sistema do FGC
Quando a base é validada, o FGC abre oficialmente o período de solicitação. Para pessoas físicas, o processo é feito exclusivamente pelo aplicativo do FGC. O investidor precisa:
Baixar o app (Android ou iOS).
Criar um cadastro.
Validar sua identidade.
Informar uma conta bancária de mesma titularidade do CPF do investimento.
Para empresas (CNPJ), o processo é feito pelo Portal do Investidor do FGC.
4. Assinatura do Termo de Sub-rogação
Antes de receber o dinheiro, o investidor assina digitalmente um termo dizendo que ao receber o valor do FGC, ele transfere ao Fundo o direito de cobrar esse valor posteriormente do banco liquidado. Essa etapa é feita direto no aplicativo.
5. Pagamento
Depois da assinatura digital:
O FGC agenda a transferência.
O valor é enviado para a conta indicada.
Não há cobrança de taxas, intermediários ou exigência de advogado.
O pagamento costuma ocorrer em lotes e de forma gradual, mas geralmente é rápido após a liberação inicial.
Quem tinha mais de R$ 250 mil?
O valor excedente:
Fica registrado na massa falida.
Só pode ser pago anos depois, caso sobrem ativos para liquidação.
Não tem nenhuma garantia de recuperação.
Por isso, sempre é importante evitar concentração acima do limite do FGC em uma única instituição.
O que o investidor deve fazer agora?
✔ 1. Baixe o aplicativo oficial do FGC
Mesmo que os pagamentos ainda não tenham sido liberados, o cadastro já pode ser feito.
Isso acelera tudo quando for liberado.
✔ 2. Verifique se seus dados e conta bancária estão corretos
Evite atrasos.
✔ 3. Cuidado com golpes
O FGC não envia links por WhatsApp.
Não liga oferecendo “adiantamento de pagamento”.
Não cobra taxa nenhuma.
✔ 4. Não tente resgatar via corretora
O processo é direto com o FGC, mesmo se o CDB foi comprado por plataformas como Itaú, XP, Clear, etc.
✔ 5. Planeje seus próximos investimentos
Um episódio como esse reforça algumas boas práticas:
Diversificação entre bancos e emissores.
Evitar concentrar mais de R$ 250 mil por CPF por instituição.
Não cair em rentabilidades muito acima do mercado sem entender o risco.
A liquidação do Banco Master é um marco no mercado brasileiro e um alerta importante.
Mesmo produtos considerados “seguros” têm risco.
Instituições podem quebrar.
O FGC é eficaz — mas tem limites.
Para muitos, o susto vai se transformar em aprendizado prático sobre como funciona a proteção ao investidor. Para quem investe com consciência, esse episódio reforça a importância de uma estratégia sólida, diversificada e alinhada com os limites da garantia.
📚 Atenção as fontes oficiais e confiáveis que o investidor deve buscar sanar suas dúvidas:
1. Banco Central do Brasil (BCB) — Comunicado sobre a liquidação
Publicações oficiais relacionadas à decretação de intervenção ou liquidação de instituições financeiras.
🔗 https://www.bcb.gov.br/estabilidadefinanceira/estadolicitacaoinst
2. FGC – Fundo Garantidor de Créditos — Garantias e regras
Página oficial com explicações sobre limites, prazos e funcionamento da garantia.
🔗 https://www.fgc.org.br/garantia
3. FGC – Perguntas Frequentes (FAQ)
Documento atualizado com dúvidas mais comuns, regras de cobertura e procedimentos.
🔗 https://www.fgc.org.br/perguntas-frequentes
4. Diário Oficial da União – Atos sobre liquidações
Publicações formais com nomeação de liquidantes e atos normativos.
🔗 https://www.in.gov.br
5. ANBIMA – Informações sobre produtos de renda fixa
Regras, materiais educativos e explicações sobre títulos como CDBs, LCIs e LCAs.
🔗 https://www.anbima.com.br
📈 Cobertura jornalística especializada
6. Valor Econômico
Reportagens sobre crises bancárias, garantias e impacto no sistema financeiro.
🔗 https://valor.globo.com
7. InfoMoney – Cobertura do caso Banco Master
Análises, entrevistas e explicações sobre acionamento do FGC.
🔗 https://www.infomoney.com.br
8. Exame – Notícias sobre renda fixa e mercado financeiro
Boas matérias sobre impacto do FGC e liquidações bancárias.
🔗 https://exame.com
🏦 Fontes de mercado e comunicados a investidores
9. XP Investimentos – Comunicados aos clientes
Notas relacionadas a eventos de risco bancário e garantias do FGC.
🔗 https://conteudos.xpi.com.br
10. Itaú – Comunicados sobre ativos garantidos pelo FGC
Informações aos clientes sobre saldos e movimentações após liquidações.
🔗 https://www.itau.com.br/investimentos